domingo, 26 de dezembro de 2010

Corvo-marinho-de-faces-brancas

Phalacrocorax carbo



Identificação e características - O Corvo-marinho-de-faces-brancas (Phalacrocorax carbo) é uma ave de grande porte, esguia e de plumagem escura. Embora semelhante ao Corvo-marinho-de-crista (Phalacrocorax aristotelis) é maior e mais pesado, com o bico e pescoço mais grossos. Os adultos, em plumagem nupcial, têm o bico alaranjado e manchas brancas conspícuas nas coxas e na zona da garganta e face. As coberturas superiores são de cor castanho-bronze orladas a preto. Nas aves da subespécie sinensis o branco estende-se por todo o pescoço. Os juvenis são castanho-escuro com o ventre esbranquiçado.




Distribuição e abundância - Ocorre nos cinco continentes onde está representado por várias subespécies. No Paleártico tem uma vasta área de distribuição. As áreas de reprodução estendem-se desde as regiões árticas até zonas subtropicais, embora as maiores concentrações se localizem em latitudes médias. A subespécie P. c. carbo está presente no Norte da Europa onde os seus efectivos nidificantes tem conhecido um incremento notável, expandindo a sua população para sul até Espanha e Itália. A subespécie P. c. Sinensis está representada na Europa Central e do Sul. Em Portugal, onde ocorrem estas duas subespécies, os indivíduos são invernantes e migradores de passagem. A população tem vindo a crescer desde 1990 encontrando-se actualmente em estabilização. A população invernante no nosso país está estimada em cerca de 11000 indivíduos.
Estatuto de conservação - O aumento da população desta espécie a nível europeu prende-se com o sucesso da implementação de medidas de conservação da espécie e dos seus habitats e com o incremento da área ocupada por pisciculturas, onde a espécie se alimenta. Em Portugal, o aumento do número de aves deverá estar relacionado com a recuperação da espécie ao nível europeu bem como ao aumentos do número de tanques de piscicultura e de barragens no interior do país. No nosso país esta espécie tem estatuto de não ameaçada.



Factores de ameaça - O principal factor de ameaça poderá estar relacionado com o facto destas aves poderem tornar-se uma ameaça aos rendimentos da actividade piscícola (em particular das pisciculturas) e como tal, poderem voltar a ser perseguidas.


Habitat - Grande diversidade de habitats aquáticos dulceaquícolas, salobros e marinhos: estuários, lagoas costeiras, barragens, pauís, cursos de água, pisciculturas.

Alimentação - Alimenta-se quase exclusivamente de peixe mas também de crustáceos e anfíbios. Obtém o alimento enquanto nada debaixo de água, mergulhando a partir da superfície. Mergulha geralmente a pouca profundidade podendo, no entanto, atingir os 9 metros de profundidade.




Reprodução - É uma espécie colonial que pode juntar-se em grupos de milhares de casais. Reproduz-se frequentemente em colónias mistas com a Garça-cinzenta (Ardea cinerea). Os ninhos localizam-se em ilhas rochosas, falésias ou em árvores, geralmente perto de água, e são reutilizados em anos sucessivos. Após alguns anos, as árvores utilizadas para nidificar acabam por morrer devido aos excrementos das aves. Na construção dos ninhos utilizam ramos e plantas apanhadas na água ou algas para torná-los mais macios no interior. Os Corvos-marinhos-de-faces-brancas fazem apenas uma postura de 3-4 ovos em Março ou Abril. O período de incubação prolonga-se por 28-29 dias e cerca de 50 dias após a eclosão as crias estão aptas a voar.



Movimentos - Consoante a população, os indivíduos podem ser migadores, migradores parciais ou dispersivos. Parte da população do Norte e Centro da Europa é migradora invernando na Península Ibérica e Norte África. Muitos dispersam-se pela orla costeira próximo dos locais de reprodução em locais ricos em peixe. Em Portugal está presente desde finais de Agosto até meados de Abril. Os indivíduos invernantes no nosso país são oriundos da Europa Setentrional, Central e Ocidental. Nos Açores e na Madeira esta espécie é acidental.




Curiosidades - O Corvo-marinho-de-faces-brancas pode ser utilizado na pesca. Na Ásia Oriental esta forma de pesca é ainda utilizada para fins turísticos. É colocado um aro em redor do pescoço das aves de forma a impedir a ingestão das presas capturadas durante os mergulhos. A sua necessidade diária de alimento está estimada em cerca de 750 gramas de peixe.


Locais favoráveis de observação - É facilmente observado entre Setembro e Abril ao longo de toda a orla costeira mas também em barragens e cursos de água no interior. Os estuários do Minho, Sado, Tejo e a Ria Formosa constituem as áreas que albergam o maior número de indivíduos invernantes do nosso país.
Origem: Naturlink, ficha de espécies...

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