quarta-feira, 4 de junho de 2014

Acherontia atropos (Borboleta-caveira)



"Acherontia atropos" 
É uma migradora e pode percorrer 500 km de uma só vez.



Vem de África até à Europa (Islândia inclusive) na primavera e a nova geração emerge em Setembro e Outubro.



A cópula dá-se depois de uma parada nupcial no final da qual o macho se une à fêmea por minutos ou até uma hora. Uma vez fecundada a fêmea deposita os ovos nas folhas de uma planta, normalmente a batateira ou outras solanáceas como o tabaco, beladona ou ainda outras famílias como o lilás, jasmim ou cannabis. Faz a crisália debaixo do solo.



Envergadura de 104- 120 mm. É a  maior borboleta nocturna da Europa. Normalmente descansa com as asas secundárias fechadas mas se um predador se aproxima, deixa ver as asas inferiores, pretas e amarelas que fazem lembrar um vespão, dissuadindo o predador. Adoram mel e conseguem muitas vezes entrar dentro de colmeias e para além das escamas que a protegem possuem ainda uma imunidade natural contra as picadas das abelhas.




sábado, 15 de fevereiro de 2014

Escaravelho-vermelho ou Escaravelho das palmeiras

"Rhynchophorus ferrugineus"

O escaravelho vermelho é um besouro. É relativamente grande, entre dois e cinco centímetros de comprimento, e tem uma cor vermelho-ferrugem. Suas larvas escavam buracos de até um metro de comprimento no tronco das palmeiras, podendo matar a planta hospedeira. Como resultado, o besouro é uma importante praga das palmeiras  também é conhecido pelo nome de escaravelho das palmeiras - e seu controle tem se demonstrado bastante complicado.
Foi detectado pela primeira vez em Portugal em 2007, em Albufeira, no Algarve. Por essa altura já Espanha, Itália e outros países mediterrânicos se debatiam há vários anos com o insecto, que é oriundo da Indonésia mas se expandiu a partir da importação de palmeiras do Egipto para a Europa. 


Ciclo de vida

O escaravelho normalmente infecta palmeiras com menos de doze anos. O adulto pode causar alguns danos ao alimentar-se, no entanto, é a larva que, ao escavar túneis pelo tronco da palmeira, provoca a morte da planta. A fêmea adulta põe entre 300 e 400  ovos nas zonas de crescimento da coroa da palmeira, na base das folhas novas ou noutras zonas lesionadas da planta. O ovo incuba numa larva branca que se alimenta de fibras tenras e  rebentos de folhas, escavando túneis pelos tecidos internos da árvore durante um mês. As larvas podem ocasionalmente crescer entre 4 a 6 centímetros. 




Na metamorfose, a larva deixa a árvore e forma um casulo feito com fibras secas de folhas de palma na base da palmeira. O ciclo de vida completa-se em 7 a 10 semanas.








Sintomas de infestação

Os sinais de infestação pelo escaravelho vermelho são:
  • ·         Orifícios e galerias na base das folhas (eventualmente com larvas ou casulos);
  • ·         Folículos das folhas novas cortadas em ângulo ou com pontas truncadas a direito
  • ·         Amálgama de fibras cortadas e húmidas com mau cheiro
  • ·         Folhas desprendidas e pendentes da coroa;
  • ·         Coroa desguarnecida no topo ou achatada;


Os primeiros sinais de infestação são os orifícios no tronco e as folhas cortadas. Os sons das larvas a escavarem o tronco e a alimentarem-se pode-se  ouvir quando se aproxima o ouvido do tronco da palmeira. Existem também equipamentos electrónicos de amplificação sonora que são utilizados para inspeccionar as árvores.


Numa fase seguinte, a coroa da palmeira perde o vigor, com as folhas mais novas a pender e a secar, ficando com forma achatada e cor castanha. Seguem-se as folhas da parte de baixo da coroa. Quando estes sintomas começam a ser visíveis, a palmeira já está infestada há algumas semanas e os seus tecidos vasculares internos já estão danificados, sendo já muito difícil recuperar a palmeira que, provavelmente, morrerá. Podem observar-se ainda infecções secundárias por bactérias e fungos oportunistas que, aproveitando as feridas causadas pelo escaravelho, aceleram o declínio. Uma Palmeira pode estar infectada também sem que quaisquer vestígios aparentes sejam visíveis, só com uma grande inspecção pormenorizada se pode eventualmente detectar a infestação.



Controlo

O principal método de controlo da praga é a aplicação sistemática de insecticidas em túneis escavados cerca de 5 cm acima das zonas infestadas do tronco. A praga pode ser monitorizada pela utilização de armadilhas com feromonas. Formas de controlo alternativo incluem descontaminação de zona e utilização maciça de armadilhas de feromonas e outros compostos químicos. Estão em desenvolvimento novas tecnologias, incluindo bio-inseticidas, para controlar esta forte praga das palmeiras.


Prevenção

Uma vez que o escaravelho prefere pôr ovos nos tecidos mais tenros da palmeira, evitar a existência de cortes e feridas no tronco pode ajudar a reduzir a infestação, pelo que se devem cobrir as feridas ou cortes com produtos apropriados para cicatrização e protecção. Também se deve evitar o transporte e movimentação de folhas ou restos de palmeiras infectadas, que devem ser eliminadas no local. O escaravelho entra também pelos orifícios das palmas cortadas desde o chão até ao cume, o que só e apenas as injecções localizadas não surtem o efeito desejado.


Distribuição

Palmeiras afetadas
Areca catechu, Arenga pinnata, Borassus flabellifer, Caryota maxima, C. cumingii, Cocos nucifera (coqueiro), Corypha gebanga, C. elata, Elaeis guineensis, Livistona decipiens, Metroxylon sagu, Oreodoxa regia, Phoenix canariensis, P. dactylifera (tamareira), P. sylvestris, Sabal umbraculifera, Trachycarpus fortunei, Washingtonia spp.. Também pode afetar a Agave americana, and Saccharum officinarum.





Países afectados
Bangladesh, Bahrain, Brasil, Camboja, China, Índia, Indonésia, Japão, Kuwait, Laos, Malásia, Myanmar, Oman, Paquistão, Filipinas, Qatar, Arábia Saudita, Sri Lanka, Taiwan, Tailândia, Emirados Árabes Unidos, Vietname, Papua-Nova Guiné e Ilhas Salomão. Foi reportada mais recentemente na Eslovénia, França, Itália, Malta, Grécia, Espanha, Portugal, Turquia, Chipre, Síria, Marrocos, Aruba e Estados Unidos.



Em Portugal
Os primeiros ataques de escaravelho vermelho foram detectados em Setembro de 2007 em palmeiras emblemáticas no Algarve. Em 2011 a praga já tinha atingido Silves, Ferreira do Alentejo, Porto Covo, Setúbal, Cascais, Oeiras, Lisboa, Montemor-o-Novo, Porto, Almeirim e Chamusca.


Infelizmente na Chamusca já destruiu cerca de uma dezena de palmeiras sendo algumas centenárias.  
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.