quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Raposa Vermelha

A Raposa Vulpes vulpes é um carnívoro de médio porte, da família dos canídeos, o comprimento do corpo é de 50-75 cm, a cauda tem 35-45 cm e a altura no garrote é de 40 cm. Pesa entre 3-7 Kg sendo as fêmeas ligeiramente mais pequenas, embora não seja evidente um dimorfismo sexual. Apresenta uma silhueta esguia onde sobressai a cauda longa e farta, e uma cabeça pequena, com olhos oblíquos e orelhas grandes, erectas e triangulares. A sua pelagem é avermelhada com tons de cinzento e de castanho, sendo mais curta no Verão e longa e espessa no Inverno. A subespécie que ocorre entre nós, Vulpes vulpes silacea, apresenta uma coloração menos brilhante e é comum a cauda ser cinzenta. A parte de trás das orelhas é preta e a extremidade da cauda é frequentemente branca. As crias nascem cegas e têm uma pelagem castanha escura.



DISTRIBUIÇÃO E ABUNDÂNCIA
Encontra-se em toda a Europa excepto na Islândia. Está ainda presente na Ásia e Norte de África e foi introduzida na América do Norte e na Austrália. Em Portugal está presente em todo o país, podendo inclusive, tolerar bem a presença humana. Não existem estimativas rigorosas da abundância da espécie no nosso país. É, no entanto, considerada uma espécie comum e abundante, existindo pontualmente alguns locais onde possa ter densidades mais reduzidas.
ESTATUTO DE CONSERVAÇÃO
Não ameaçada. É uma espécie cinegética que pode ser caçada sem restrições durante o período venatório. Pode ser controlada em áreas de regime cinegético especial (lei nº30/86 de 27 de Agosto e decreto-lei nº251/92 de 12 de Novembro).
HABITAT
Uma grande capacidade de adaptação permite-lhe ocupar praticamente todos os habitats disponíveis (desde as zonas costeiras até às montanhas) de Norte a Sul do país. Tem preferência por mosaicos de áreas agrícolas com zonas mais fechadas (matagais e florestas) que lhe proporcionem zonas de caça, abrigo e reprodução.


ALIMENTAÇÃO
É um predador generalista e oportunista que consome mamíferos (por exemplo, roedores e coelhos), aves (por exemplo, perdiz e pequenos pássaros), invertebrados (por exemplo, escaravelhos e gafanhotos), répteis, anfíbios e também frutos. Em áreas mais humanizadas pode predar sobre os animais domésticos sendo no entanto os roedores a sua presa principal. O coelho pode ser uma presa importante quando é muito abundante e/ou quando a mixomatose torna fácil a sua captura. Em período de abundância de presas pode capturar mais do que necessita, enterrando o excedente para consumir posteriormente.
REPRODUÇÃO
O período de acasalamento ocorre entre Dezembro e Fevereiro, o tempo de gestação é de 52-53 dias, nascendo 4-8 crias entre Março e Maio. Tanto o macho como a fêmea participam nos cuidados parentais, estando as crias prontas para uma vida independente no Outono.
MOVIMENTOS
Os juvenis machos têm maior tendência para dispersar e fazem-no, em geral, para mais longe do que as fêmeas (14 contra 6 km). As raposas podem percorrer num dia distâncias que variam entre 3 e 14 km dentro da sua área vital. A dimensão desta pode ser muito variável (diminuindo com a heterogeneidade do meio), com valores médios entre 1-5 km2. Pode no entanto ter valores mais baixos em áreas muito humanizadas ou mais elevados em áreas de montanha.


CURIOSIDADES
Como resposta à pressão cinegética as raposas adquiriram a capacidade de se reproduzirem antes de concluir um ano de idade. Para recuperar as suas populações podem ainda aumentar o tamanho das ninhadas, passando estas a ter uma maior proporção de fêmeas. Estes factores contribuem para que os controlos sobre a espécie se revelem frequentemente ineficazes, acrescendo ainda o facto de que quando se remove um adulto vários juvenis poderem ocupar o seu território.
LOCAIS FAVORÁVEIS DE OBSERVAÇÃO
Existindo em todo o país, a sua observação torna-se difícil por se tratar de um animal de hábitos nocturnos e obviamente evitar os contactos com o Homem (ainda que sejam conhecidos casos em que as raposas se habituam a "visitar" quintas onde os proprietários lhes deixam propositadamente alimento). Um dos métodos utilizados para observação da espécie é a "farolada" que consiste em iluminar à noite o campo com potentes faróis em busca de um par de olhos que brilhem no escuro. Com a ajuda de binóculos será então possível confirmar a espécie a que pertencem. A ajuda de pessoas da região (caçadores, pastores, agricultores), pode ser preciosa, pois geralmente sabem onde os animais têm a sua toca e os melhores sítios para caçar poderão ser também bons locais para a observação da espécie.

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