terça-feira, 29 de março de 2011

Lagartixa-ibérica

Podarcis hispânica


IDENTIFICAÇÃO E CARACTERÍSTICAS
A Lagartixa-ibérica (Podarcis hispânica) é um sáurio (grupo de répteis vulgarmente conhecidos por lagartos) de tamanho médio, alcançando 18 cm de comprimento total (incluindo a cauda, que compreende cerca de dois terços do comprimento do animal). A cabeça achatada e as órbitas salientes são características diagnosticantes da espécie. A coloração é muito variável. No dorso, os indivíduos podem apresentar tons que vão desde o castanho claro ao verde intenso. Nos flancos, é comum a presença de um reticulado mais escuro, verde, castanho ou preto.
Nesta espécie o dimorfismo sexual é perceptível ao nível do tamanho, sendo os machos maiores do que as fêmeas, e na coloração, sendo o reticulado dos flancos em geral menos intenso nas fêmeas. Os juvenis são muito parecidos com os adultos apenas diferindo normalmente na menor pigmentação ventral e, claro, no tamanho.





DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA
Ocorre em practicamente toda a Península Ibérica, na costa mediterrânica francesa e em áreas costeiras montanhosas do Norte de África. A taxonomia desta espécie é controversa estando em fase de revisão. Actualmente é reconhecida a existência de duas formas em Portugal. APodarcis hispânica tipo1, que se encontra a norte do rio Tejo, nas zonas norte e interior centro do País, e a Podarcis hispânica tipo2, que se distribui a sul e a oeste do território nacional.


ESTATUTO DE CONSERVAÇÃO E FACTORES DE AMEAÇA
Considerada como “Não ameaçada” em Portugal. Não são conhecidas ameaças específicas a esta espécie, sendo mesmo bastante comum na maior parte da sua distribuição. Esta espécie faz parte do Anexo II da Convenção de Berna.




HABITAT
Ocorre numa grande variedade de biótipos, preferindo áreas abertas de substrato predominantemente rochoso como prados e olivais ou carvalhais dispersos. É também muito comum em zonas urbanas, utilizando as construções em ruínas ou os muros como refúgio. Distribui-se desde o nível do mar até aos 1600 metros de altitude na Serra da Estrela.



ALIMENTAÇÃO
É uma espécie insectívora alimentando-se principalmente de centopeias, moscas, escaravelhos, aranhas, gafanhotos e outros invertebrados. Em meios urbanos pode também consumir restos de alimentos e outros detritos.




REPRODUÇÃO
É uma espécie territorial onde cada macho defende o seu território de uma possível intrusão de outros machos concorrentes. A reprodução desta espécie inicia-se em Fevereiro, podendo a época de acasalamento estender-se até Abril. Durante o acasalamento os machos seguram as fêmeas mordendo-lhes o baixo ventre ou, mais raramente na base da cauda. As posturas, podem ser de um a cinco ovos, tendo normalmente lugar entre Abril e Junho. Deste modo, muitas fêmeas são capazes de efectuar duas e até três posturas por ano. O período de incubação é de cerca de dois meses, tendo a eclosão lugar a partir de Junho até Setembro. A longevidade desta espécie é de aproximadamente três anos.



COMPORTAMENTO
Tem hábitos diurnos, estando activa durante todo o ano se as temperaturas forem superiores a 13 ºC. O período de maior actividade é a Primavera. A sua temperatura corporal varia entre os 26 e 41ºC, utilizando o substrato rochoso como principal fonte de calor. O seu corpo e cabeça achatados maximizam o aproveitamento de fendas em muros, amontoados de pedras e outros substratos rochosos, locais de ocorrência preferencial. Como meio de defesa utiliza principalmente a fuga e a capacidade de autotomia da cauda. A autotomia consiste na existência de pontos de fractura que facilitam, neste caso, a separação da cauda do resto do corpo. Assim, em caso de um animal ser apanhado pela cauda por um predador, conseguirá fugir. Nesta eventualidade os músculos da cauda continuam a contrair-se, durante alguns segundos, mesmo depois desta ser separada do resto do corpo. Esta capacidade permite atrair a atenção do predador e a fuga ao animal. A cauda é posteriormente regenerada embora seja normalmente distinguível pela diferente coloração que apresenta.






quarta-feira, 23 de março de 2011

Papa-moscas-preto

Ficedula hypoleuca




Este migrador de passagem é uma das aves mais comuns no nosso território, embora apenas por um curto período de tempo, no final do Verão e no início do Outono.


Identificação
No período em que o papa-moscas-preto ocorre no nosso território apresenta já a plumagem de Inverno, menos vistosa que a plumagem nupcial. Esta última é raramente observada em Portugal, tratando-se, basicamente de uma combinação de preto no dorso e nuca, cauda preta, asas pretas com mancha branca nas primárias, e peito e garganta brancos (nos machos).
No Outono, esta espécie substitui os pretos por tonalidades acastanhadas, e sem ostentar a típica mancha branca na testa. Em ambas as plumagens é bastante notória a mancha branca nas asas, típica desta espécie.
Abundância e calendário
Presente durante os períodos migratórios, sendo particularmente comum na passagem outonal (de Agosto e princípios de Novembro), sendo Setembro o melhor mês de observação. Pode ocorrer um pouco por todo o lado, sendo mais frequentemente observado junto ao litoral.





http://www.avesdeportugal.info/fichyp.html

Caracóis

Gastropoda








Características principais

As diversas espécies de caracóis, se distinguem especialmente pela concha que é, na verdade, o esqueleto externo do animal. Essa concha é feita com cálcio e pesa pouco mais de 1/3 do peso total. Ele pode caminhar cerca de 5 metros por hora e produz uma trilha viscosa que na verdade funciona como lubrificante que facilita o deslocamento.
Os caracóis não tem audição e utilizam especialmente os sentidos do tacto e do olfacto que se situam em todo o corpo mas principalmente nas antenas menores já que pouco enxergam com os olhos situados nas pontas das antenas maiores.
Ao lado da boca fica o aparelho genital. e a entrada e saída do ar dos pulmões, o pneumóstoma, fica em baixo da concha.
É comum encontrarmos caracóis terrestres nos jardins, hortas e pomares, pois eles se alimentam de diversos tipos de plantas. As poucas espécies carnívoras alimentam-se de minhocas, ou de outros caracóis e lesmas. Os caracóis terrestres são encontrados em ambientes de solo húmido, não encharcado, e são difíceis de ser observados durante o dia, pois, 99% de suas actividades ocorrem durante a noite. Duas a três horas após o anoitecer os caracóis já podem ser observados em actividade.
Nutrição
Os caracóis são essencialmente herbívoros pois comem verduras como a couve,  alface, etc,  frutos carnosos como a melancia,  banana e maçã e ração rica em cálcio. São animais de hábitos nocturnos e vorazes pois comem uma grande quantidade de alimentos. Mas essa voracidade está directamente relacionada ao clima e às estações do ano: não se alimentam por vários dias em clima seco e quente mas consomem diariamente cerca de 40% de seu peso nos dias frescos.
Reprodução
Os caracóis são animais hermafroditas incompletos, ou seja, cada um possui os 2 sexos, mas precisam de um parceiro para realizar a cópula e a fecundação.
Eles formam casais e copulam em média 4 vezes por ano num contacto que pode durar até 10 horas. A gestação dura cerca de 16 dias quando então cada parceiro procura um lugar húmido, limpam a superfície e cavam com a cabeça de 5 a 10 cm para aí colocarem os ovos. Cada um deposita, em média, 100 a 300 ovos dependendo da espécie.

terça-feira, 22 de março de 2011

Pirilampo ou vaga-lume

Lampyris noctiluca






Bico-de-Lacre

Estrilda astrild


Identificação e características - É uma ave com o comprimento aproximado do Chamariz (11 cm), todavia apresenta uma estrutura distintiva das espécies da família dos Fringilídeos (a que pertencem o Chamariz e o Pintassilgo): cabeça mais curta, asas curtas e arredondadas, corpo mais "magro". As partes superiores são de um castanho acinzentado e as inferiores são mais claras (misto de um castanho pálido com rosa). A cauda é mais escura e o bico apresenta uma cor típica - vermelho lacre O género Estrilda, é essencialmente africano.

Distribuição e abundância - É uma espécie originária do continente africano, ocorrendo em toda a região situada a sul do paralelo 10º N. Foi introduzida em Portugal em 1964. Actualmente, o Bico-de-lacre distribui-se, de uma forma quase contínua, ao longo de toda a costa portuguesa onde é comum, desde Caminha (Alto Minho, distrito de Viana do Castelo) até Vila Real de Santo António (Algarve, distrito de Faro). No interior de Portugal encontra-se relativamente bem distribuído na metade sul do território, enquanto que no Norte possui um carácter mais localizado, ocorrendo nas bacias hidográficas dos rios Minho, Lima, Cávado, Ave e Douro. A distribuição do Bico-de-lacre em Portugal é muito influenciada pela topografia do país. Continua em processo de expansão.

Estatuto de conservação 
- Esta espécie não se encontra listada nem no "Livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal" nem no "Birds in Europe: their Conservation Status", em virtude de ser uma espécie introduzida. Os problemas que se poderão colocar são os eventuais impactos negativos que poderá ter na avifauna indígena, devido à competição que pode eventualmente suscitar.

Habitat 
- Encontra-se associado a uma grande variedade de meios, que vão desde habitats associados a zonas húmidas, como caniçais e outra vegetação que bordeja as linhas de água, assim como a arrozais e outros meios agrícolas. Provavelmente, a sua facilidade de adaptação a diferentes habitats, foi um dos factores mais importantes para o sucesso da sua introdução em Portugal.



Alimentação - Espécie granívora, alimenta-se sobretudo de pequenas sementes, consumindo muito raramente insectos. Alimenta-se frequentemente aos pares ou em bandos, em terrenos com vegetação herbácea baixa, vegetação ribeirinha ou em campos agrícolas.

Reprodução - Em Portugal nidifica praticamente ao longo de todo ano o que também, terá contribuído para o rápido sucesso da sua expansão em Portugal. Tem várias posturas anuais. O território de nidificação, limita-se à área em redor do ninho. O ninho é construído no meio da vegetação tanto no interior dos arbustos, árvores como também em plantas herbáceas. Muitas vezes é construído no chão, no meio das ervas. A postura é composta normalmente por 4-6 ovos, e o período de incubação varia entre os 11 e os 12 dias. Os juvenis permanecem no ninho entre 17-21 dias.

Movimentos - É uma espécie fundamentalmente, sedentária contudo, pode realizar movimentos de carácter local.

Locais de observação
Pode ser observado numa grande variedade de locais de Norte a Sul do País. Destacamos as seguintes áreas pela facilidade de observação: Estuário do Rio Minho, Ria de Aveiro, Estuários do Tejo e Sado, Lagoa de Santo André e Ria Formosa.

Curiosidades
Em Portugal, o Bico-de-lacre expandiu-se mais rapidamente para norte (cerca de 13 km/ano) do que para sul (6 km/ano) a partir da área de introdução.



sábado, 19 de março de 2011

Zoropsis spinimana

Aranha-dos-troncos-grande












Informação adicional e observações sobre a espécie Zoropsis spinimana

Aberturas respiratórias
2 fendas pulmonares + espiráculo
Nº de olhos: 8
Sinonímias: Dolomedes dufourii, Dolomedes ocreatus, Dolomedes spinimanus, Lycosa ocreata, Lycosoides algirica, Zora ocreata, Zoropsis albertisii, Zoropsis ocreata, Zoropsis pluridentata, Zoropsis quedenfeldti, Zoropsis triangularis, Zoropsis wrighti

Tamanho: Fêmea 12 a 21mm, macho 9 a 12mm

Habitat: Debaixo de cascas e em troncos e madeiras velhas preferencialmente em zonas com alguma humidade. Entra com frequência nas casas por engano e muitas vezes através da lenha.

Biologia: Não se conhece o efeito do veneno desta espécie em seres Humanos. Pelo seu contacto frequente com as pessoas e o seu grande tamanho, certamente terão já ocorrido casos de picada desta aranha. A inexistência de relatos, faz com que se assuma que se trata de uma espécie não perigosa.





quinta-feira, 17 de março de 2011

Helvella lacunosa

Orelha-de-gato




Ecologia

Distribuição
     Frequente
Habitat     Azinhais e sobreirais; Pinhais
Modo de Nutrição     Sapróbio
Período de Frutificação     Primavera e Outono


Comestibilidade      Comestível



Características Macroscópicas
Carpóforo
Forma
     Jovem: Forma de sela de montar, com 2 a 3 lóbulos enrugados, que podem estar ligados ao pé | Maduro: Forma de sela, com 2 a 3 lóbulos enrugados, que podem estar ligados ao pé
Dimensão     Jovem/Maduro: 4-7 cm (comprimento) x 3-5 cm (largura) de chapéu, e 3-8 cm (comprimento) x 1-3 cm (largura) de pé
Cores e Textura     Jovem/Maduro: Superfície himenial (superfície externa do chapéu) castanha-escura, cinzenta-negra ou negra; superfície interna mais pálida, podendo variar entre castanha, acinzentada ou negra, sem pêlos e com aspecto enrugado; pé esbranquiçado, castanho-acinzentado pálido ou acinzentado, com câmaras ou sulcos muito profundos e irregulares, que conferem um aspecto cavernoso

Características Microscópicas
Esporos
Cores
     Hialinos
Forma     Elípticos, gutulados
Ornamentação     Lisos
Dimensão     12,0-20,0 x 10,0-13,0 µm