terça-feira, 22 de março de 2011

Bico-de-Lacre

Estrilda astrild


Identificação e características - É uma ave com o comprimento aproximado do Chamariz (11 cm), todavia apresenta uma estrutura distintiva das espécies da família dos Fringilídeos (a que pertencem o Chamariz e o Pintassilgo): cabeça mais curta, asas curtas e arredondadas, corpo mais "magro". As partes superiores são de um castanho acinzentado e as inferiores são mais claras (misto de um castanho pálido com rosa). A cauda é mais escura e o bico apresenta uma cor típica - vermelho lacre O género Estrilda, é essencialmente africano.

Distribuição e abundância - É uma espécie originária do continente africano, ocorrendo em toda a região situada a sul do paralelo 10º N. Foi introduzida em Portugal em 1964. Actualmente, o Bico-de-lacre distribui-se, de uma forma quase contínua, ao longo de toda a costa portuguesa onde é comum, desde Caminha (Alto Minho, distrito de Viana do Castelo) até Vila Real de Santo António (Algarve, distrito de Faro). No interior de Portugal encontra-se relativamente bem distribuído na metade sul do território, enquanto que no Norte possui um carácter mais localizado, ocorrendo nas bacias hidográficas dos rios Minho, Lima, Cávado, Ave e Douro. A distribuição do Bico-de-lacre em Portugal é muito influenciada pela topografia do país. Continua em processo de expansão.

Estatuto de conservação 
- Esta espécie não se encontra listada nem no "Livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal" nem no "Birds in Europe: their Conservation Status", em virtude de ser uma espécie introduzida. Os problemas que se poderão colocar são os eventuais impactos negativos que poderá ter na avifauna indígena, devido à competição que pode eventualmente suscitar.

Habitat 
- Encontra-se associado a uma grande variedade de meios, que vão desde habitats associados a zonas húmidas, como caniçais e outra vegetação que bordeja as linhas de água, assim como a arrozais e outros meios agrícolas. Provavelmente, a sua facilidade de adaptação a diferentes habitats, foi um dos factores mais importantes para o sucesso da sua introdução em Portugal.



Alimentação - Espécie granívora, alimenta-se sobretudo de pequenas sementes, consumindo muito raramente insectos. Alimenta-se frequentemente aos pares ou em bandos, em terrenos com vegetação herbácea baixa, vegetação ribeirinha ou em campos agrícolas.

Reprodução - Em Portugal nidifica praticamente ao longo de todo ano o que também, terá contribuído para o rápido sucesso da sua expansão em Portugal. Tem várias posturas anuais. O território de nidificação, limita-se à área em redor do ninho. O ninho é construído no meio da vegetação tanto no interior dos arbustos, árvores como também em plantas herbáceas. Muitas vezes é construído no chão, no meio das ervas. A postura é composta normalmente por 4-6 ovos, e o período de incubação varia entre os 11 e os 12 dias. Os juvenis permanecem no ninho entre 17-21 dias.

Movimentos - É uma espécie fundamentalmente, sedentária contudo, pode realizar movimentos de carácter local.

Locais de observação
Pode ser observado numa grande variedade de locais de Norte a Sul do País. Destacamos as seguintes áreas pela facilidade de observação: Estuário do Rio Minho, Ria de Aveiro, Estuários do Tejo e Sado, Lagoa de Santo André e Ria Formosa.

Curiosidades
Em Portugal, o Bico-de-lacre expandiu-se mais rapidamente para norte (cerca de 13 km/ano) do que para sul (6 km/ano) a partir da área de introdução.



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