"Rhynchophorus ferrugineus"
O escaravelho vermelho é um besouro. É relativamente grande, entre dois e cinco centímetros de comprimento, e tem uma cor vermelho-ferrugem. Suas larvas escavam buracos de até um metro de comprimento no tronco das palmeiras, podendo matar a planta hospedeira. Como resultado, o besouro é uma importante praga das palmeiras também é conhecido pelo nome de escaravelho das palmeiras - e seu controle tem se demonstrado bastante complicado.
Foi detectado pela primeira vez em Portugal em 2007, em Albufeira, no Algarve. Por essa altura já Espanha, Itália e outros países mediterrânicos se debatiam há vários anos com o insecto, que é oriundo da Indonésia mas se expandiu a partir da importação de palmeiras do Egipto para a Europa.
Ciclo de
vida
O escaravelho normalmente infecta palmeiras com menos de doze
anos. O adulto pode causar alguns danos ao alimentar-se, no entanto, é a larva
que, ao escavar túneis pelo tronco da palmeira, provoca a morte da planta. A
fêmea adulta põe entre 300 e 400 ovos nas zonas de crescimento da coroa da
palmeira, na base das folhas novas ou noutras zonas lesionadas da planta. O ovo
incuba numa larva branca que se alimenta de fibras tenras e rebentos de folhas, escavando túneis pelos
tecidos internos da árvore durante um mês. As larvas podem ocasionalmente
crescer entre 4 a 6 centímetros.
Na metamorfose, a larva deixa a árvore e forma um casulo feito com fibras secas de folhas de palma na base da palmeira. O ciclo de vida completa-se em 7 a 10 semanas.
Sintomas de
infestação
Os sinais de infestação pelo escaravelho vermelho são:
- ·
Orifícios e galerias na base das folhas
(eventualmente com larvas ou casulos);
- ·
Folículos das folhas novas cortadas em ângulo ou
com pontas truncadas a direito
- ·
Amálgama de fibras cortadas e húmidas com mau
cheiro
- ·
Folhas desprendidas e pendentes da coroa;
- ·
Coroa desguarnecida no topo ou achatada;
Os primeiros sinais de infestação
são os orifícios no tronco e as folhas cortadas. Os sons das larvas a escavarem
o tronco e a alimentarem-se pode-se ouvir quando se aproxima o ouvido do tronco da
palmeira. Existem também equipamentos electrónicos de amplificação sonora que
são utilizados para inspeccionar as árvores.
Numa fase seguinte, a coroa da
palmeira perde o vigor, com as folhas mais novas a pender e a secar, ficando
com forma achatada e cor castanha. Seguem-se as folhas da parte de baixo da
coroa. Quando estes sintomas começam a ser visíveis, a palmeira já está
infestada há algumas semanas e os seus tecidos vasculares internos já estão
danificados, sendo já muito difícil recuperar a palmeira que, provavelmente,
morrerá. Podem observar-se ainda infecções secundárias por bactérias e fungos
oportunistas que, aproveitando as feridas causadas pelo escaravelho, aceleram o
declínio. Uma Palmeira pode estar infectada também sem que quaisquer vestígios
aparentes sejam visíveis, só com uma grande inspecção pormenorizada se pode
eventualmente detectar a infestação.
Controlo
O principal método de controlo da praga é a aplicação sistemática de insecticidas em túneis escavados cerca de 5 cm acima das zonas infestadas do tronco. A praga pode ser monitorizada pela utilização de armadilhas com feromonas. Formas de controlo alternativo incluem descontaminação de zona e utilização maciça de armadilhas de feromonas e outros compostos químicos. Estão em desenvolvimento novas tecnologias, incluindo bio-inseticidas, para controlar esta forte praga das palmeiras.
Prevenção
Uma vez que o escaravelho prefere
pôr ovos nos tecidos mais tenros da palmeira, evitar a existência de cortes e
feridas no tronco pode ajudar a reduzir a infestação, pelo que se devem cobrir
as feridas ou cortes com produtos apropriados para cicatrização e protecção.
Também se deve evitar o transporte e movimentação de folhas ou restos de
palmeiras infectadas, que devem ser eliminadas no local. O escaravelho entra
também pelos orifícios das palmas cortadas desde o chão até ao cume, o que só e
apenas as injecções localizadas não surtem o efeito desejado.
Distribuição
Palmeiras
afetadas
Areca catechu, Arenga pinnata,
Borassus flabellifer, Caryota maxima, C. cumingii, Cocos nucifera (coqueiro),
Corypha gebanga, C. elata, Elaeis guineensis, Livistona decipiens, Metroxylon
sagu, Oreodoxa regia, Phoenix canariensis, P. dactylifera (tamareira), P.
sylvestris, Sabal umbraculifera, Trachycarpus fortunei, Washingtonia spp..
Também pode afetar a Agave americana, and Saccharum officinarum.
Países afectados
Bangladesh, Bahrain, Brasil,
Camboja, China, Índia, Indonésia, Japão, Kuwait, Laos, Malásia, Myanmar, Oman,
Paquistão, Filipinas, Qatar, Arábia Saudita, Sri Lanka, Taiwan, Tailândia,
Emirados Árabes Unidos, Vietname, Papua-Nova Guiné e Ilhas Salomão. Foi reportada
mais recentemente na Eslovénia, França, Itália, Malta, Grécia, Espanha,
Portugal, Turquia, Chipre, Síria, Marrocos, Aruba e Estados Unidos.
Em Portugal
Os primeiros ataques de
escaravelho vermelho foram detectados em Setembro de 2007 em palmeiras
emblemáticas no Algarve. Em 2011 a praga já tinha atingido Silves, Ferreira do
Alentejo, Porto Covo, Setúbal, Cascais, Oeiras, Lisboa, Montemor-o-Novo, Porto,
Almeirim e Chamusca.
Infelizmente na Chamusca já destruiu cerca de uma dezena de palmeiras sendo algumas centenárias.
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.