quarta-feira, 4 de junho de 2014

Acherontia atropos (Borboleta-caveira)



"Acherontia atropos" 
É uma migradora e pode percorrer 500 km de uma só vez.



Vem de África até à Europa (Islândia inclusive) na primavera e a nova geração emerge em Setembro e Outubro.



A cópula dá-se depois de uma parada nupcial no final da qual o macho se une à fêmea por minutos ou até uma hora. Uma vez fecundada a fêmea deposita os ovos nas folhas de uma planta, normalmente a batateira ou outras solanáceas como o tabaco, beladona ou ainda outras famílias como o lilás, jasmim ou cannabis. Faz a crisália debaixo do solo.



Envergadura de 104- 120 mm. É a  maior borboleta nocturna da Europa. Normalmente descansa com as asas secundárias fechadas mas se um predador se aproxima, deixa ver as asas inferiores, pretas e amarelas que fazem lembrar um vespão, dissuadindo o predador. Adoram mel e conseguem muitas vezes entrar dentro de colmeias e para além das escamas que a protegem possuem ainda uma imunidade natural contra as picadas das abelhas.




sábado, 15 de fevereiro de 2014

Escaravelho-vermelho ou Escaravelho das palmeiras

"Rhynchophorus ferrugineus"

O escaravelho vermelho é um besouro. É relativamente grande, entre dois e cinco centímetros de comprimento, e tem uma cor vermelho-ferrugem. Suas larvas escavam buracos de até um metro de comprimento no tronco das palmeiras, podendo matar a planta hospedeira. Como resultado, o besouro é uma importante praga das palmeiras  também é conhecido pelo nome de escaravelho das palmeiras - e seu controle tem se demonstrado bastante complicado.
Foi detectado pela primeira vez em Portugal em 2007, em Albufeira, no Algarve. Por essa altura já Espanha, Itália e outros países mediterrânicos se debatiam há vários anos com o insecto, que é oriundo da Indonésia mas se expandiu a partir da importação de palmeiras do Egipto para a Europa. 


Ciclo de vida

O escaravelho normalmente infecta palmeiras com menos de doze anos. O adulto pode causar alguns danos ao alimentar-se, no entanto, é a larva que, ao escavar túneis pelo tronco da palmeira, provoca a morte da planta. A fêmea adulta põe entre 300 e 400  ovos nas zonas de crescimento da coroa da palmeira, na base das folhas novas ou noutras zonas lesionadas da planta. O ovo incuba numa larva branca que se alimenta de fibras tenras e  rebentos de folhas, escavando túneis pelos tecidos internos da árvore durante um mês. As larvas podem ocasionalmente crescer entre 4 a 6 centímetros. 




Na metamorfose, a larva deixa a árvore e forma um casulo feito com fibras secas de folhas de palma na base da palmeira. O ciclo de vida completa-se em 7 a 10 semanas.








Sintomas de infestação

Os sinais de infestação pelo escaravelho vermelho são:
  • ·         Orifícios e galerias na base das folhas (eventualmente com larvas ou casulos);
  • ·         Folículos das folhas novas cortadas em ângulo ou com pontas truncadas a direito
  • ·         Amálgama de fibras cortadas e húmidas com mau cheiro
  • ·         Folhas desprendidas e pendentes da coroa;
  • ·         Coroa desguarnecida no topo ou achatada;


Os primeiros sinais de infestação são os orifícios no tronco e as folhas cortadas. Os sons das larvas a escavarem o tronco e a alimentarem-se pode-se  ouvir quando se aproxima o ouvido do tronco da palmeira. Existem também equipamentos electrónicos de amplificação sonora que são utilizados para inspeccionar as árvores.


Numa fase seguinte, a coroa da palmeira perde o vigor, com as folhas mais novas a pender e a secar, ficando com forma achatada e cor castanha. Seguem-se as folhas da parte de baixo da coroa. Quando estes sintomas começam a ser visíveis, a palmeira já está infestada há algumas semanas e os seus tecidos vasculares internos já estão danificados, sendo já muito difícil recuperar a palmeira que, provavelmente, morrerá. Podem observar-se ainda infecções secundárias por bactérias e fungos oportunistas que, aproveitando as feridas causadas pelo escaravelho, aceleram o declínio. Uma Palmeira pode estar infectada também sem que quaisquer vestígios aparentes sejam visíveis, só com uma grande inspecção pormenorizada se pode eventualmente detectar a infestação.



Controlo

O principal método de controlo da praga é a aplicação sistemática de insecticidas em túneis escavados cerca de 5 cm acima das zonas infestadas do tronco. A praga pode ser monitorizada pela utilização de armadilhas com feromonas. Formas de controlo alternativo incluem descontaminação de zona e utilização maciça de armadilhas de feromonas e outros compostos químicos. Estão em desenvolvimento novas tecnologias, incluindo bio-inseticidas, para controlar esta forte praga das palmeiras.


Prevenção

Uma vez que o escaravelho prefere pôr ovos nos tecidos mais tenros da palmeira, evitar a existência de cortes e feridas no tronco pode ajudar a reduzir a infestação, pelo que se devem cobrir as feridas ou cortes com produtos apropriados para cicatrização e protecção. Também se deve evitar o transporte e movimentação de folhas ou restos de palmeiras infectadas, que devem ser eliminadas no local. O escaravelho entra também pelos orifícios das palmas cortadas desde o chão até ao cume, o que só e apenas as injecções localizadas não surtem o efeito desejado.


Distribuição

Palmeiras afetadas
Areca catechu, Arenga pinnata, Borassus flabellifer, Caryota maxima, C. cumingii, Cocos nucifera (coqueiro), Corypha gebanga, C. elata, Elaeis guineensis, Livistona decipiens, Metroxylon sagu, Oreodoxa regia, Phoenix canariensis, P. dactylifera (tamareira), P. sylvestris, Sabal umbraculifera, Trachycarpus fortunei, Washingtonia spp.. Também pode afetar a Agave americana, and Saccharum officinarum.





Países afectados
Bangladesh, Bahrain, Brasil, Camboja, China, Índia, Indonésia, Japão, Kuwait, Laos, Malásia, Myanmar, Oman, Paquistão, Filipinas, Qatar, Arábia Saudita, Sri Lanka, Taiwan, Tailândia, Emirados Árabes Unidos, Vietname, Papua-Nova Guiné e Ilhas Salomão. Foi reportada mais recentemente na Eslovénia, França, Itália, Malta, Grécia, Espanha, Portugal, Turquia, Chipre, Síria, Marrocos, Aruba e Estados Unidos.



Em Portugal
Os primeiros ataques de escaravelho vermelho foram detectados em Setembro de 2007 em palmeiras emblemáticas no Algarve. Em 2011 a praga já tinha atingido Silves, Ferreira do Alentejo, Porto Covo, Setúbal, Cascais, Oeiras, Lisboa, Montemor-o-Novo, Porto, Almeirim e Chamusca.


Infelizmente na Chamusca já destruiu cerca de uma dezena de palmeiras sendo algumas centenárias.  
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

domingo, 26 de fevereiro de 2012

Abibe-comum

O Abibe-comum (Vanellus vanellus) tem a dimensão de um pombo com plumagem preta e branca (ao longe) com uma longa crista, que a torna inconfundível. Na realidade, quando avistado de perto o Abibe tem o dorso e a cauda verde escura com reflexos roxos. De bico curto, o papo e a face são negros.


Extremamente vocal, geralmente à noite. O chamamento de alarme, em voo, é um grito estridente e incomodativo. 

Habita   em áreas abertas perto da costa ou do interior, campos de cultivo, pântanos, pastos ou prados à beira-mar ou no interior. 


Desloca-se inclinado para a frente. O voo de parada, no início da Primavera, consiste numa série de acrobacias aéreas enroladas rente ao solo. Em voo  asas largas e redondas com batimentos rápidos.


O ninho é uma pequena cavidade no solo, forrada com folhas secas. O macho escava vários buracos para que a fêmea escolha um para nidificar. A postura, em Abril, é de quatro ovos e a sua incubação dura quatro semanas. Pode fazer uma segunda postura de substituição entre Maio - Junho. As crias abandonam o ninho logo após a eclosão. Ao fim de 35 a 40 dias, a sua plumagem está completamente formada.


Alimenta-se de minhocas e de insectos, podendo, no entanto, consumir bagas e sementes


terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Tartaranhão-ruivo-dos-pauis

O tartaranhão-ruivo-dos-pauis, simplesmente tartaranhão-dos-pauis ou águia-sapeira (Circus aeruginosus) é uma grande ave  de rapina pertencente ao género Circus.



Descrição

Tem 42 a 56 cm de comprimento com uma envergadura de asas de 115 a 140 cm. É um tartaranhão grande, massivo, com asas amplas e cauda comprida. O macho é castanho-avermelhado com cabeça e margens anteriores das asas castanho claro, quase amarelas. Em voo é notável a cauda cinzenta e uma grande zona cinzenta na parte interior das asas. A ponta das asas é preta. As fêmeas são todas castanhas escuras, apresentando apenas a coroa e o bordo anterior das asas cremes. Os juvenis apresentam uma coloração semelhante às fêmeas, por vezes sem os ombros cremes. Existe uma forma rara melanística com plumagem muito escura, que ocorre principalmente a leste da área de distribuição.

Habitat e distribuição
Esta espécie tem uma vasta área de distribuição em toda a Europa, noroeste de África, parte norte do Médio Oriente e Ásia central.
Nidifica em quase todos os países da Europa mas está ausente do norte da Escandinávia e das regiões montanhosas. No Médio Oriente existem populações na Turquia, Iraque e Irão enquanto que na Ásia central a sua distribuição estende-se para leste até ao noroeste da China, Mongólia e região do lago Baikal na Sibéria.

A subespécie harterti nidifica em Marrocos, Argélia e Tunísia. Estas aves são sedentárias mas outras populações do tartaranhão-dos-pauis são migratórias ou dispersivas. Algumas aves invernam em regiões mais temperadas do sul e oeste da Europa enquanto outras migram até à África subsariana, Arábia, subcontinente indiano e Mianmar.
Algumas aves errantes chegaram à Islândia, aos Açores, à Malásia e à Sumatra. Existem alguns registos de avistamentos destas aves nas Américas, nomeadamente nos Estados Unidos (Chincoteague National Wildlife Refuge, Accomack County, Virgínia, em 4 de Dezembro de 1994, AOU 2000) e Guadalupe (Banks et al. 2005) e Porto Rico (Merkord et al. 2006).





Ecologia
O tartaranhão-ruivo-dos-pauis está fortemente associado às áreas pantanosas, especialmente onde existam caniços. Ocorre também numa variedade de outros habitats abertos tais como terras aradas e pastos, especialmente quando estas bordejam áreas pantanosas. Caçam voando baixo sobre o terreno plano e aberto, procurando as suas presas com as asas abertas em forma de V achatado.
Alimentam-se particularmente de pequenos mamíferos tais como ratos-de-água e aves, mas também come insectos, répteis, anfíbios, peixes e cadáveres de animais.


Reprodução
O início da época de acasalamento varia de meados de Março a princípios de Maio. O ninho é feito de paus, caniços e ervas. É construído normalmente numa base de caniços mas por vezes também em terrenos aráveis. Põem geralmente três a oito ovos por ninhada. Os ovos são brancos com uma ligeira coloração azulada ou esverdeada. São incubados durante 31-38 dias e as crias voam ao fim de 35-40 dias.
Os machos acasalam frequentemente com duas ou por vezes três fêmeas. Os casais ficam unidos normalmente por uma só estação mas por vezes permanecem juntos durante vários anos.


Conservação
O tartaranhão-ruivo-dos-pauis teve um declínio em muitas áreas desde o século XIX até aos finais do século XX devido à perseguição, destruição de habitat e uso de pesticidas. Hoje é uma espécie protegida em muitos países e a sua população está em crescimento. Contudo ainda enfrenta muitas ameaças, tais como o abate de aves em migração através das regiões mediterrânicas. São vulneráveis às perturbações durante a estação de postura e sofrem de envenenamento por chumbo de tiros





Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Sapo-comum (Bufo bufo)

Grande, gordo, feio e útil, o Sapo é uma espécie comum que se alimenta de invertebrados e que pode dar uma ajuda no quintal ou no jardim. Distribuindo-se por todo o País.



O sapo-comum (Bufo bufo) é um anuro (anfíbio sem cauda) de grandes dimensões que pode atingir 21 cm de comprimento. Possui olhos laterais e proeminentes, a pupila é horizontal e a íris é geralmente avermelhada. As glândulas paratóides - 2 glândulas ovóides situadas na parte posterior da cabeça - são proeminentes e estão mais próximas anteriormente do que posteriormente. Os membros são robustos, os anteriores têm 4 dedos curtos e grossos e os posteriores possuem 5 dedos com membranas interdigitais até metade do seu comprimento. A pele é rugosa com verrugas salientes no dorso. A sua cor varia muito, podendo ser castanha, amarelada ou quase negra. Ventralmente são esbranquiçados ou amarelados. Os machos são mais pequenos que as fêmeas e, nalgumas populações, apresentam membros posteriores mais compridos. Durante a época de reprodução apresentam rugosidades escuras nos 3 dedos mais internos da mão. Os girinos são muito pequenos, atingindo no máximo 3,5 cm de comprimento, são de cor negra e as suas membranas caudais são translúcidas com ou sem pontos escuros. Os olhos são dorsais.



DISTRIBUIÇÃO E ABUNDÂNCIA
Ocupa toda a Eurásia, excepto a zona mais setentrional, e o norte de África.
Em Portugal encontra-se de norte a sul, sendo geralmente bastante abundante. Nas zonas mais áridas do sul e sudeste é mais raro.

FACTORES DE AMEAÇA
Antigamente esta espécie era muito abundante, no entanto, a alteração dos locais de reprodução e dos seus habitats está a provocar um declínio generalizado em grande parte da Península Ibérica. A perseguição pelo Homem é outro factor a ter em conta. Além disto, todos os anos morrem muitos sapos nas estradas, vítimas de atropelamento, principalmente na época de reprodução, altura em que os indivíduos necessitam de se deslocar até zonas com água.




HABITAT
Ocupa uma grande variedade de biótopos, em zonas húmidas ou secas, abertas ou com vegetação densa, em meios naturais, cultivados e também nas imediações de áreas habitadas. Os adultos têm hábitos terrestres excepto durante a época de reprodução. Pode encontrar-se tanto ao nível do mar como acima dos 2000 metros.



INIMIGOS NATURAIS
Entre os seus inimigos naturais incluem-se cobras de água, víboras e várias aves de rapina (milhafres, tartaranhões, águias, mochos e corujas). A lontra adopta uma estratégia de predação muito particular, virando os sapos do avesso de modo a não entrar em contacto com a sua pele que contém toxinas. Algumas populações são afectadas por uma mosca parasita cujas larvas se introduzem nas narinas dos indivíduos para se alimentarem dos seus tecidos, acabando por lhes provocar a morte.



REPRODUÇÃO

Durante a época de reprodução o macho abraça a fêmea pelas costas (amplexo). A fêmea deposita entre 2000 a 7000 ovos e o macho lança o esperma que os fecundará (fecundação externa). Os ovos dispõem-se em cordões gelatinosos com 2 a 4 filas alternadas. Como local de postura escolhem charcos extensos relativamente profundos, braços de rios ou zonas pantanosas. A eclosão dos ovos dá-se entre 5 a 15 dias após a postura e a fase larvar dura entre 2 e 4 meses.

MOVIMENTOS
Ano após ano, estes sapos mostram preferência pelos mesmos locais de postura, chegando mesmo a percorrer vários quilómetros para chegar a esses locais.


ACTIVIDADE
Embora sejam geralmente crepusculares e nocturnos, também se observam durante o dia, sobretudo quando o tempo está húmido e durante a época de reprodução. Os recém- metamorfoseados são mais activos durante o dia. Em muitas regiões estes sapos permanecem activos durante todo o inverno. Em zonas frias podem apresentar um período de repouso invernal que varia consoante o local e o ano. No Verão permanecem activos até temperaturas de 40/42º C.

CURIOSIDADES
São animais muito úteis na agricultura por comerem insectos, vermes e caracóis. No entanto, são considerados repelentes e muitas vezes são perseguidos e espetados em canas, servindo como espantalhos. Crê-se que os outros sapos ficam com medo e, portanto, se afastam.

LOCAIS FAVORÁVEIS DE OBSERVAÇÃO
Podem observar-se durante a noite em caminhos, estradas ou perto de massas de água. As observações são mais frequentes após ter chovido ou em dias em que o ar se encontre muito húmido. Os girinos podem observar-se em troços de ribeiros ou em charcos.





sábado, 10 de setembro de 2011

Rela Comum

As relas (Hyla arborea) são pequenos anfíbios verde-alface que, apesar de serem comuns em diversas zonas húmidas do nosso País, acabam por passar despercebidas à maioria. Conheça as características e ecologia desta interessante espécie.


IDENTIFICAÇÃO E CARACTERÍSTICAS

 A Rela  é um pequeno anuro (anfíbio sem cauda), geralmente com menos de 5 cm de comprimento. Possui olhos proeminentes e laterais; a íris é dourada com reticulado escuro. Tem membros compridos com 5 dedos nas patas posteriores e 4 nas anteriores. Os dedos terminam em discos adesivos (característica que lhes permite trepar, mesmo em superfícies escorregadias). A pele das relas é lisa e brilhante superiormente e mais granulosa ventralmente. A coloração é em geral verde-vivo, mas podem aparecer indivíduos azulados, acinzentados ou acastanhados. Apresentam tipicamente uma linha escura lateral (bordada dorsalmente por uma linha branca ou amarelada) que começa no focinho, passa pelo olho e se estende até à região inguinal. Ventralmente são brancas ou acinzentadas. Os machos apresentam um saco vocal externo muito grande que, quando insuflado, chega a ser maior que o tamanho da cabeça. Quando o saco vocal não está insuflado, podem observar-se pregas cutâneas na garganta. Os girinos desta espécie nunca ultrapassam os 5 cm de comprimento. Ao eclodirem medem entre 0,5 e 1 cm. Superiormente são esverdeados com manchas e reflexos prateados. A região muscular da cauda apresenta dorsalmente uma banda comprida mais escura.. As membranas caudais são translúcidas com pequenas manchas escuras.

DISTRIBUIÇÃO E ABUNDÂNCIA
 Ocupa grande parte do centro da Europa. Na Península Ibérica está ausente na costa mediterrânica e Andaluzia. Em Portugal só não existe no Algarve e no interior do Alentejo. Pode ser muito abundante em certos locais, no entanto as suas populações têm sofrido uma regressão notável.

FACTORES DE AMEAÇA
 Os principais factores de ameaça para esta espécie são o desaparecimento progressivo das zonas húmidas, onde se concentram em número elevado para se reproduzir, a destruição ou alteração da vegetação das ribeiras e a utilização de insecticidas.




HABITAT
 As relas preferem habitats ricos em vegetação e relativamente húmidos, encontrando-se em zonas encharcadas, pântanos, lagoas, caniçais, arrozais, prados e outros meios similares. Vivem tanto ao nível do mar como em zonas de montanha.

ALIMENTAÇÃO

 A sua dieta inclui diversos tipos de invertebrados tais como insectos, aracnídeos e miriápodes. Os girinos são herbívoros e detritívoros.





INIMIGOS NATURAIS
 Os adultos são predados por cobras de água e por várias aves como as garças e as corujas. As larvas são predadas sobretudo por insectos aquáticos carnívoros e por aves aquáticas.

REPRODUÇÃO
 Em Portugal a época de reprodução ocorre, em geral, entre Abril e Junho. Os machos são os primeiros a chegar aos locais de reprodução. Atraem a fêmea através de um chamamento e abraçam-nas pelas costas (amplexo axilar). O amplexo pode durar até 30 horas. A fêmea deposita cerca de 1000 ovos em cacho. Como locais de postura, as relas escolhem zonas com água parada ou com pouca corrente e com alguma vegetação aquática.





MOVIMENTOS
 Têm hábitos trepadores, encontrando-se frequentemente em ramos, folhas de árvores ou arbustos. Realizam migrações para os charcos, na época da reprodução. Podem dispersar-se muito.


ACTIVIDADE
 Embora sejam predominantemente crepusculares e nocturnas, também podem observar-se indivíduos activos durante o dia, sobretudo após uma forte chuvada, uma tempestade ou com tempo nublado. No inverno hibernam por um período de tempo variável.

Naturlink.sapo.pt/


quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Raposa Vermelha

A Raposa Vulpes vulpes é um carnívoro de médio porte, da família dos canídeos, o comprimento do corpo é de 50-75 cm, a cauda tem 35-45 cm e a altura no garrote é de 40 cm. Pesa entre 3-7 Kg sendo as fêmeas ligeiramente mais pequenas, embora não seja evidente um dimorfismo sexual. Apresenta uma silhueta esguia onde sobressai a cauda longa e farta, e uma cabeça pequena, com olhos oblíquos e orelhas grandes, erectas e triangulares. A sua pelagem é avermelhada com tons de cinzento e de castanho, sendo mais curta no Verão e longa e espessa no Inverno. A subespécie que ocorre entre nós, Vulpes vulpes silacea, apresenta uma coloração menos brilhante e é comum a cauda ser cinzenta. A parte de trás das orelhas é preta e a extremidade da cauda é frequentemente branca. As crias nascem cegas e têm uma pelagem castanha escura.



DISTRIBUIÇÃO E ABUNDÂNCIA
Encontra-se em toda a Europa excepto na Islândia. Está ainda presente na Ásia e Norte de África e foi introduzida na América do Norte e na Austrália. Em Portugal está presente em todo o país, podendo inclusive, tolerar bem a presença humana. Não existem estimativas rigorosas da abundância da espécie no nosso país. É, no entanto, considerada uma espécie comum e abundante, existindo pontualmente alguns locais onde possa ter densidades mais reduzidas.
ESTATUTO DE CONSERVAÇÃO
Não ameaçada. É uma espécie cinegética que pode ser caçada sem restrições durante o período venatório. Pode ser controlada em áreas de regime cinegético especial (lei nº30/86 de 27 de Agosto e decreto-lei nº251/92 de 12 de Novembro).
HABITAT
Uma grande capacidade de adaptação permite-lhe ocupar praticamente todos os habitats disponíveis (desde as zonas costeiras até às montanhas) de Norte a Sul do país. Tem preferência por mosaicos de áreas agrícolas com zonas mais fechadas (matagais e florestas) que lhe proporcionem zonas de caça, abrigo e reprodução.


ALIMENTAÇÃO
É um predador generalista e oportunista que consome mamíferos (por exemplo, roedores e coelhos), aves (por exemplo, perdiz e pequenos pássaros), invertebrados (por exemplo, escaravelhos e gafanhotos), répteis, anfíbios e também frutos. Em áreas mais humanizadas pode predar sobre os animais domésticos sendo no entanto os roedores a sua presa principal. O coelho pode ser uma presa importante quando é muito abundante e/ou quando a mixomatose torna fácil a sua captura. Em período de abundância de presas pode capturar mais do que necessita, enterrando o excedente para consumir posteriormente.
REPRODUÇÃO
O período de acasalamento ocorre entre Dezembro e Fevereiro, o tempo de gestação é de 52-53 dias, nascendo 4-8 crias entre Março e Maio. Tanto o macho como a fêmea participam nos cuidados parentais, estando as crias prontas para uma vida independente no Outono.
MOVIMENTOS
Os juvenis machos têm maior tendência para dispersar e fazem-no, em geral, para mais longe do que as fêmeas (14 contra 6 km). As raposas podem percorrer num dia distâncias que variam entre 3 e 14 km dentro da sua área vital. A dimensão desta pode ser muito variável (diminuindo com a heterogeneidade do meio), com valores médios entre 1-5 km2. Pode no entanto ter valores mais baixos em áreas muito humanizadas ou mais elevados em áreas de montanha.


CURIOSIDADES
Como resposta à pressão cinegética as raposas adquiriram a capacidade de se reproduzirem antes de concluir um ano de idade. Para recuperar as suas populações podem ainda aumentar o tamanho das ninhadas, passando estas a ter uma maior proporção de fêmeas. Estes factores contribuem para que os controlos sobre a espécie se revelem frequentemente ineficazes, acrescendo ainda o facto de que quando se remove um adulto vários juvenis poderem ocupar o seu território.
LOCAIS FAVORÁVEIS DE OBSERVAÇÃO
Existindo em todo o país, a sua observação torna-se difícil por se tratar de um animal de hábitos nocturnos e obviamente evitar os contactos com o Homem (ainda que sejam conhecidos casos em que as raposas se habituam a "visitar" quintas onde os proprietários lhes deixam propositadamente alimento). Um dos métodos utilizados para observação da espécie é a "farolada" que consiste em iluminar à noite o campo com potentes faróis em busca de um par de olhos que brilhem no escuro. Com a ajuda de binóculos será então possível confirmar a espécie a que pertencem. A ajuda de pessoas da região (caçadores, pastores, agricultores), pode ser preciosa, pois geralmente sabem onde os animais têm a sua toca e os melhores sítios para caçar poderão ser também bons locais para a observação da espécie.

http://naturlink.sapo.pt/article.aspx?menuid=55&cid=4053&bl=1&viewall=true#Go_1

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Peneireiro-cinzento

Elanus caeruleus


Esta rapina, como que levita no ar em busca de presas, peneirando e perscrutando o solo com os seus olhos vermelhos-escarlate.




O peneireiro-cinzento é uma ave de rapina pertencente à família Accipitridae, tem um comprimento aproximado de 33 cm e envergadura de 78 cm. Espécie de identificação acessível, já que possui uma tonalidade clara, apenas com as asas mais escuras, pelo que facilmente se localiza quando poisada num poste ou no topo de uma árvore. Nenhuma outra rapina de pequenas dimensões como o peneireiro-cinzento, possui um tom esbranquiçado. A curta distância, é possível vislumbrar o olho vermelho.


Quando observado por cima, distinguem-se facilmente os ombros escuros contrastantes com o claro do resto do corpo, e quando observado por baixo, são extremamente visíveis as pontas das asas escuras. O seu voo, levemente ondulado, e o peneirar com as asas em V, são bastante característicos. Quando detectam uma presa, deixam-se cair sobre ela com as asas bem puxadas atrás, como se fosse um helicóptero lento, numa posição única. Usualmente solitária ou em pares. Espécie monogâmica. Ambos os progenitores cuidam das crias até atingirem o estado adulto. Crias nidícolas. Faz o ninho em árvores, 3-20m acima do solo. Todos os anos são construídos novos ninhos, mas a mesma árvore pode ser utilizada em anos sucessivos. 



Alimenta-se essencialmente de pequenos mamíferos, répteis, aves e insectos. Espécie residente, em que os juvenis podem efectuar movimentos dispersivos de alguma dimensão. No Inverno, pode juntar-se em dormitórios de até poucas dezenas, sendo este fenómeno bastante localizado nas lezírias do estuário do Tejo, nos campos agrícolas entre Porto Covo e Vila Nova de Mil-fontes e nas planícies de Évora. Esta espécie é comum, mas pouco abundante, distribuindo-se por zonas agrícolas com espaços abertos, assim como em montados de azinho e sobro abertos.




quarta-feira, 29 de junho de 2011

Poupa

Upupa epops




A Poupa pertencente à família Upupidae (aves upopiformes ), esta ave encontra-se distribuída pela Europa, zonas tropicais da Àsia , toda a Àfrica excepto zonas desérticas e pelo Madagáscar. É característica de zonas agrícolas ou pastagens com pequenas matas e arbustos.
Com um comprimento de 26 a 28 centímetros, e uma envergadura de 42 a 46 centímetros, esta ave não pesa mais que 80 gramas e tem uma esperança média de vida de 11 anos.
Esta ave é caracterizada por possuir um bico comprido e arqueado, com uma crista eréctil. É esta crista em forma de poupa que lhe dá o nome. A sua plumagem é acastanhada , com as asas largas e arredondadas de listas pretas e brancas. A sua cauda longa é preta com uma barra branca larga. As patas são acinzentadas e curtas.
O seu canto é um característico hoop-hoop-hoop que pode ser repetido ao longo de vários minutos. Nidifica em buracos de árvores e muros de pedra. A postura é efectuada entre  Agosto e Outubro e é constituída por 2 a 7 ovos que variam entre as cores cinzento e amarelo. A incubação que dura cerca de 18 dias é efectuada pela fêmea. Ao fim de 3 ou 4 semanas, as crias estão prontas para os seus primeiros voos.



A principal característica dos ninhos das poupas é talvez o seu cheiro fétido, extremamente desagradável. O mau cheiro não se deve a falta de higiene no ninho, pois sabe-se que a fêmea o limpa cuidadosamente de todos os detritos, mas representa uma estratégia contra predadores. A fêmea e os juvenis desta espécie possuem uma glândula uropigial, capaz de segregar o líquido responsável pelo mau cheiro, que é expelido em caso de ameaça.
Desconfiada, passa grande parte do tempo a alimentar-se no solo. Caminha errantemente, mudando constantemente de direcção. Inverna em África. Voa frequentemente a baixa altitude, rente ao solo. Voo com ondulações curtas e batimentos irregulares, intercalados com deslizes. Ao aterrar, levanta a poupa, por breves instantes.
O estado de conservação da poupa é seguro, mas a espécie encontra-se em regressão na Europa. No último século desapareceu da Suécia, Holanda, Bélgica e grande parte da Alemanha, sobretudo devido à alteração das práticas agrícolas e à introdução do uso de insecticidas.
Alimenta-se essencialmente de minhocas e insectos. Embora prefira alimentar-se no solo, é também capaz de caçar insectos em voo.